Lição 9 – Wicca – Um nome moderno para a velha bruxaria

Introdução

 Através de livros, dese­nhos animados e filmes, a bruxaria tem adentrado nos lares em todo mundo. Estão inculcando, tanto nas crianças como nos adultos, a existência de “bruxinhos do bem”. Crenças e rituais praticados pelos Wiccanos lembram as religiões pagãs, que bus­cavam “equilíbrio”, dizem eles, “entre o bem e o mal”. A sua adoração é dirigida a divindades composta por duas deidades: “a deusa mãe”, que para eles repre­senta a parte feminina do poder; e o “deus cornífero” que é venerado por eles como poderoso pelo fato de possuir chifres. Conheça, através desta lição, um pouco dessa seita, que é atualmente a principal divulgadora da bruxaria moderna.

1.      Histórico da Bruxa­ria chamada Wicca

Wicca, seita popularizada por Gerald Brosseau Gardner, nascido em 13 de junho de 1884, na Inglaterra, faleceu em 12 de fevereiro de 1964. Gardner era fascinado pelo ocultismo, buscando contato com várias seitas e, em diversos lugares do mundo, foi agregando conheci­mento e crenças em bruxaria. Antes de criar suas próprias doutrinas, Gardner foi mem­bro da Maçonaria, membro da Rosa-cruz, fez parte de grupos praticantes de bruxaria na In­glaterra e sofreu a influência do amigo Aleister Crowley, um homem conhecido pela prática e pela divulgação do culto satânico.

A Wicca chegou ao Brasil em meados da década de 80. Somente a partir do início dos anos 90, é que surgiram, no mer­cado brasileiro, os primeiros livros sobre o assunto; que são traduções de obras populares nos Estados Unidos, de auto­res como Lois Bourne, Scott Cunningham e Laurie Cabot. Apenas a partir de 1998, é que se nota uma multiplicação de títulos e uma grande difusão da sua doutrina aqui no Brasil. Essa propagação se deu princi­palmente através da Internet, onde o número de referências e sites sobre o assunto ultrapas­sam hoje 50 mil. Atualmente no Brasil existe uma associação registrada – a Abrawiccacom ramificações na maioria dos estados brasileiros e uma igreja registrada em Minas Gerais. Essa característica de profunda difusão através da internet, por curiosidades dos internautas ou interesse pelas heresias, tem atraído muitos jovens. Daí a necessidade de a Igreja pre­parar os jovens, tipicamente navegantes desta grande rede de comunicação, para refutar as heresias desta seita.

1.1        O Temo “Wicca”

Com a publicação de seus livros “A Bruxaria Hoje” (1954) e “O Sentido da Bruxaria” (1959), Gardner se popularizou na Inglaterra espalhando rapi­damente seus ensinos em todo Reino Unido. As doutrinas formuladas nestas obras foram de­nominadas, tempos depois, de Gardnerianismo. Nessas obras, Gardner resgatou o termo “Wic­ca”, porque em épocas remotas os “Bruxos” eram chamados de “wiccas” (os sábios). A palavra wicca é oriunda do termo ingles Witchcraft (bruxaria).

1.2        A Prática do Wiccanismo

Gardner, misturando rituais antigos de feitiçaria com ritos de seitas orientais, criou um novo modelo para a prática antiga de bruxaria. Há duas formas de se seguir um rito wiccano: a primeira é sozinho, onde o praticante é denomina­do “bruxo solitário”; a segunda é a forma chamada “covens” (comunidade praticantes dos rituais Wiccanos), onde vários praticantes se reúnem para seus ritos. Um exemplo de rito é o círculo de adoração, onde é traçada uma linha com sal grosso, areia fina, uma peque­na bancada que serve de altar, onde se põem incenso e o ma­terial (dependendo do que se quer fazer). Em algumas rami­ficações da Wicca, os rituais são realizados com os praticantes totalmente nus, um verdadeiro culto à promiscuidade.

1.3    A Iniciação ao Wiccanismo

Para se tornar um wiccaniano, o candidato passa por várias etapas, cada uma delas com seus rituais, que vão desde a prática do ato sexual entre o candidato e um alto sacerdote ou sacerdotisa Wiccana, conforme o sexo do candidato, até a prática homossexual.

2.      As Divindades Wiccas

Os Wiccanos celebram “o casal divino”: a “deusa mãe” e o “deus cornífero”. Esses dois possuem muitas faces – faces representadas por diversos deuses e deusas em várias cul­turas espalhadas pelo mundo.

2.1        A “deusa mãe”

A “deusa” é retratada pelos wiccanos como uma deusa trí­plice: uma deusa virgem; uma deusa-mãe; e uma deusa anciã. Cada uma tem associações di­ferentes, ou seja: a virgindade, a fertilidade e a sabedoria. Ela também é comumente descrita como a “deusa lua” ou simples­mente a “deusa mãe” por ser a figura da mãe a mais forte. Os Wiccanos atribuem a ela o ato da criação de todas as coisas, inclusive a criação do próprio “deus chifrudo”, que ao ser criado conquistou a igualdade à “deusa mãe”, equivalendo a ela em importância. Em João 1.1-3, encontra-se o relato bíblico informando quem de fato é o autor da criação: Jesus. Ele é o agente da criação de todas as coisas (Jo 1.3).

2.2    O “deus cornífero” ou “deus chifrudo”

Mesmo com um nome que faz referência a um “deus pos­suidor de chifres”, os wiccanos desconversam, dizendo que um “deus chifrudo” simboliza poder e força, e não o diabo. Diferente do que pregam, ao dizer que nas civilizações anti­gas os chifres é uma represen­tação da masculinidade, mas, na verdade, o que é adorado não é uma figura masculina e sim uma divindade, neste caso, uma divindade chifruda. Isso é uma retomada a bruxaria e aos cultos a demônios.

2.3    A Bíblia condena as divindades wiccanas

Estas divindades wiccanas, ao longo da história, tiveram vários nomes. A “deusa mãe” foi chamada de: Ártemes, Astarote, Diana, etc. O “deus chifrudo” foi conhecido como: Apolo, Cernutos, Lúcifer, Osires, etc. Essas divindades e os cultos a elas são práticas antigas, pois há relatos na Bíblia Sagrada que Deus abandonou o povo de Israel por prestar culto a Asterote, “a deusa mãe” (Jz 2.12-14). Salomão se entregou aos deuses de suas mulheres: Quemos, Moloque; edificando altares e prestando-lhes cultos (1Rs 11.7). Além de praticar a idolatria “fez para todas as suas mulheres es­trangeiras, as quais queimavam incenso e ofereciam sacrifícios a seus deuses” (1Rs 11.8). Como consequência desse apoio e prática idólatra, o Rei Salomão perdeu o seu reino (1Rs 11.11), porque seguiu outros deuses, não guardando o Pacto e os Estatutos que Deus ordenou.

3         Principais heresias Wiccas

Não existe nenhum tipo de “livro sagrado” ou “revelação” na Wicca. As fontes que fun­damentam a crença e a prática desta seita são literaturas sobre a bruxaria, que consiste basica­mente em obras (na sua maior parte estrangeiras) de sacerdo­tes wiccanos renomados, como os escritos de Gardner. Destaca- se porém algumas heresias, como segue:

3.1    Princípio Ético

O princípio ético que rege os wiccanos diz: “Se não causar dano a ninguém, faça o que quiser”. Uma liberdade sem limites que leva muitos a ações de total irresponsabilidade, visto que o “causar dano” fica a critério do praticante da ação. Quando o homem faz o que quer, baseado neste princípio, comete pecados (Ec 12.14).

Este princípio ético dos wic­canos revela todo egoísmo, a cobiça, a luxúria e a plena satisfação dos seus próprios desejos sensuais. Por essa razão, o homem sofre a reprovação de Deus. Ainda hoje, e entre gente civilizada, pessoas destituí­das de qualquer sentimento de responsabilidade para com os seus semelhantes e para com o próprio Deus, obedecendo a seus próprios instintos e dominados pelas suas paixões carnais,- fazem o que querem. Mas, até que ponto se tem consciência que ao fazer o que quer, não está ferindo o direito do outro? Uma religião impura resulta numa vida também impura. Esse quadro do paganismo, relatado pelo Apóstolo Paulo, retrata bem os dias atuais, onde os vícios desavergonhados e pecados antissociais revelam um tempo de indivisível decadência moral, graças às heresias como esta, “faça o que quiser”. Devemos ter o cuidado de não confundir tal afirmação Wicca com o livre arbítrio; vale a pena lembrar que Deus não deu o livre arbí­trio para o homem pecar, e sim, para que o ato de servir a Deus seja uma escolha e não uma obrigação.

3.2        Conceito de Bem e Mal

“O que é mal para uma pes­soa, pode ser um bem para outra”, este é o conceito do bem e do mal que rege os wiccanos. Para eles, a existência do mal é fundamental para dar sentido ao bem. Assim, veneram as trevas e o mal. A Palavra de Deus, no entanto, condena veemente tal prática ao afirmar que “quem anda nas trevas não sabe para onde vai” (Jo 12.35). O Cristão deve andar em novidade de vida e em plena luz (Ef 5.8). Praticar o bem e fugir do mal e de sua aparência, faz parte do dever do cristão (1Ts 5.22), pois o mal, na Bíblia, é sempre visto como de­sequilíbrio. O homem, por causa do pecado, tornou-se um desajustado espiritual, restando a ele a condenação, se o mesmo não se arrepender de seus pecados.

3.3    Ensino dos Sabás e Esbás.

Sabás, “A Roda do Ano” ou “mandala da natureza”, como também é conhecida, são ce­lebrações comemorativas que marcam as mudanças das esta­ções do ano. É uma ocasião em que os bruxos celebram a natureza, dançam, cantam, deleitam-se com alimentos e honram as deidades, principalmente a “deusa” da fertilidade e seu con­sorte, como o denominam: “deus chifrudo”. Em certas tradições Wiccanas, a “deusa” é adorada nos “sabás” da primavera e do verão, enquanto o “deus chifrudo” é homenageado nos “sabás” do outono e do Inverno. Os “esbás” são o nome dado aos rituais de adoração, que acontecem nos momentos das celebrações. Há relatos que, nessas celebrações, os rituais são praticados pelas pessoas totalmente nuas.

No Velho Testamento, en­contramos inúmeros registros de práticas idólatras, todas condenadas por Deus, dentre elas, a que “queimavam incenso a Baal, ao sol, à lua, aos planetas, e a todo o exército do céu” (2Rs 23.5). A natureza deve ser preservada e até mesmo admirada, mas nunca se deve confundir este cuidado com a veneração no sentido de prestar-lhes cultos. A Palavra de Deus não deixa dúvidas ao declarar que o homem não deve ter outro Deus (Ex 20.3), visto que a pró­pria natureza é a manifestação da glória de Deus (Sl 19.1). A própria criação de Deus é con­vidada a louvar a Deus: “Can­tai alegres, vós, ó céus, porque o Senhor o fez; exultai vós, as partes mais baixas da terra; vós, montes, retumbai com júbilo; também vós, bosques, e todas as suas árvores; porque o Senhor remiu a Jacó, e glorificou-se em Israel.” (Is 44.23)

Conclusão

A seita Wicca vem ga­nhando um sólido espaço entre as múltiplas religiões no Brasil. Embora ainda carente de algumas defini­ções e bastante associada ao esoterismo, está sendo disseminada através da Internet, nos inúmeros tí­tulos nas livrarias e mesmo em publicações populares distribuídas nas bancas de jornal, trazendo heresias que devem ser refutadas, visto que é uma crença baseada, principalmente, na magia, prática condenada por Deus.

Fonte: Revista Betel

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